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# Introdução O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível em todo o mundo porque as **células gânglionares da retina (CGRs)**, que conectam o olho ao cérebro, morrem e não podem se regenerar ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4356355/#:~:text=Glaucoma%2C%20the%20worldwide%20leading%20cause,an%20unlimited%20source%20of%20cells)). Sem as CGRs, os sinais visuais da retina não conseguem chegar aos centros cerebrais (como o núcleo geniculado lateral e o colículo superior), resultando na perda da visão. Os tratamentos atuais para glaucoma (por exemplo, a redução da pressão intraocular) podem proteger as CGRs sobreviventes, mas **não conseguem restaurar** aquelas já perdidas ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7211134/#:~:text=Restoration%20of%20vision%20in%20patients,regeneration%20continue%20to%20be%20refined)) ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11642712/#:~:text=Glaucoma%20is%20a%20leading%20cause,the%20central%20nervous%20system%20is)). A terapia com células-tronco visa substituir as CGRs perdidas diferenciando células-tronco pluripotentes humanas (sejam células-tronco embrionárias, CTEs, ou células-tronco pluripotentes induzidas, iPSCs) em CGRs e transplantando-as para o olho ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4356355/#:~:text=Glaucoma%2C%20the%20worldwide%20leading%20cause,an%20unlimited%20source%20of%20cells)) ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7211134/#:~:text=Restoration%20of%20vision%20in%20patients,regeneration%20continue%20to%20be%20refined)). Em princípio, isso poderia fornecer uma *fonte ilimitada* de neurônios retinianos ([pmc.ncbi.nlm.nih.gov](https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4356355/#:~:text=difficulties%20in%20isolating%20and%20culturing,an%20unlimited%20source%20of%20cells)). Mas concretizar essa visão exige superar desafios enormes: as novas CGRs devem sobreviver, desenvolver axônios através da saída do olho (a lâmina cribrosa) para o nervo óptico, navegar por longas distâncias até alvos cerebrais precisos, formar sinapses funcionais e serem mielinizadas – tudo isso no ambiente inibitório do sistema nervoso central adulto. Este artigo revisa o estado da arte na derivação de CGRs a partir de células-tronco humanas e seu transplante em modelos animais. Em seguida, discutimos as barreiras críticas para o sucesso – extensão do axônio através da lâmina cribrosa, orientação para alvos talâmicos e coliculares, formação de sinapses e mielinização – bem como questões de segurança (rejeição imune, risco de tumor) e métodos de entrega (injeção intravítrea vs. subretiniana). Finalmente, apresentamos uma perspectiva realista sobre quando os ensaios “primeiro em humanos” para o glaucoma podem ser viáveis e quais medidas de resultado seriam necessárias. Ao longo do texto, buscamos a clareza: os termos-chave são mantidos em negrito e quaisquer conceitos técnicos são explicado

Transplante de Células Gânglionares da Retina Derivadas de Células Tronco: Da Placa de Petri ao Trato Óptico

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